7 de mai. de 2011

Mães Só Morrem Quando Querem



Texto de autor desconhecido:

"Eu tinha 7 anos quando matei minha mãe pela primeira vez. Eu não a queria junto a mim quando chegasse a escola no meu primeiro dia de aula. Eu me achava forte o suficiente para enfrentar os desafios que a nova vida ia me trazer. Poucas semanas depois descobri aliviado que ela ainda estava lá, pronta para me defender, não somente daqueles garotos brutamontes que me ameaçavam, como das dificuldades intransponíveis da tabuada.

Quando fiz 14 anos eu a matei novamente. Não a queria me impondo regras ou limites, nem que me impedisse de viver a plenitude dos vôos juvenis. Mas logo no primeiro porre eu a descobri viva. Foi quando ela não só me curou da ressaca, como também impediu que eu levasse uma vergonhosa surra do meu pai.

Aos 18 achei que mataria minha mãe definitivamente. Entrara na faculdade, iria morar em república, faria política estudantil, atividades em que a presença materna não cabia em nenhuma hipótese. Ledo engano: Quando me descobri confuso sobre qual rumo seguir, voltei à casa materna. Único espaço possível de guarida e compreensão.

Aos 23 anos me dei conta de que a morte materna era possível porém requeria muita lentidão...foi quando me casei, finquei bandeira da independência e segui viagem. Mas bastou nascer a primeira filha para descobrir que o bicho mãe se transforma num espécime ainda mais vigorosa chamado avó.

Apesar de tudo, continuei acreditando na tese de que a morte seria bem demorada, e aos poucos fui me sentindo mais distante e autônomo, mesmo que a intervalos regulares, ela reaparecesse em minha vida desempenhando papéis importantes e únicos. Papéis que somente ela poderia protagonizar...

Mas o final desta história, ao contrário do que eu sempre imaginei, foi ela quem definiu: quando menos esperava, ela decidiu morrer.

Assim, sem mais nem menos, sem pedir permissão, sem data marcada ou ocasião para despedida, minha tese da morte bem demorada ruiu. Ela simplesmente se foi, deixando a lição que mães não são para sempre.

Ao contrário do que sempre imaginei, são elas que decidem o quanto esta eternidade pode durar em vida e o quanto fica relegado para a saudade. Assim descobri que devemos amar as pessoas enquanto elas estão por aqui, pois nunca saberemos quando ela irá partir.

Para quem ainda a tem ao seu lado, ame-a... não espere ela partir para lhe dar amor. Um dia você vai descobrir que talvez a pessoa que mais o amou na vida foi ela.

E para quem já não a tem mais ao seu lado, feche os olhos e faça uma prece, agradeça a Deus pela vida que teve ao seu lado. Onde ela estiver, Deus lhe dará o recado."

4 comentários:

Anelize disse...

Que lindo mamis!

Thais disse...

Nossa. Muito inspirador os trabalhos dele. Adorei e já gravei o nome dele para pesquisar mais sobre ele :)

Abraços prima :)

Filipe disse...

texto maravilho...

sem palavras...

Rachel Kleinubing disse...

que texto!