29 de ago. de 2011

A Arte de Ser Leve


“Gentileza é qualidade de vida. Por um motivo simples, a vida é feita de relacionamentos. Vive melhor quem tem competência para se relacionar e faz parte dessa competência tratar o outro com civilidade.”

Um estacionamento que preciso frequentar todos os dias e que me revela um dos lados mais sombrios dos indivíduos frequentadores. Pessoas que não conseguem esperar sua vez no restaurante e se posicionam ao lado da futura mesa fazendo pressão. Caixas de supermercados totalmente sem paciência. Atendentes sem educação nos estabelecimentos comerciais.

Procuro por uma dose extra de paciência e coragem para enfrentar tudo isso enquanto me pergunto para onde, nós seres humanos, cabeças pensantes, estamos indo.

No livro “A Arte de Ser Leve” da jornalista Leila Ferreira ela aborda estes nossos temas cotidianos juntando estudos científicos, entrevistas com especialistas e conversas com pessoas normais, porém dispostas a levar a vida de uma maneira mais tranquila. Pessoas que tentam, mesmo passando por situações similares as que citei, sobreviver com dignidade, paciência, com capacidade de superar e seguir.

O livro encanta porque não traz nenhuma fórmula. A autora apenas nos mostra seu amor pela vida e a vontade de passar por ela da maneira mais agradável possível. Sem a pressão da mídia de que temos a obrigação de sermos felizes o tempo todo, o livro traz a esperança de convivermos bem conosco e com o próximo.

“Pessoas felizes não são pessoas que não tem problemas. São aquelas mais preparadas para enfrenta-los porque geralmente tem bom senso e resistência, capacidade de tolerar frustrações..."

Recomendo para todos!

Até,

21 de ago. de 2011

Lola e a Borboleta


Queridos amigos,

Segue abaixo o endereço do blog de literatura infantil da minha querida professora Isabel Furini. Lá encontrarão um conto meu com ilustrações da minha filha Anelize.



Até mais,
Eli


11 de ago. de 2011

Dia dos Pais

Em tempo de Dia dos Pais, compartilho com vocês um video que recebi e gostei muito.





Até,

3 de ago. de 2011

Debret Viagem ao Sul do Brasil




Estive no aconchegante espaço Cultural da Caixa para ver uma exposição do artista Jean-Baptiste Debret.

Sempre gostei das aquarelas que apareciam nos livros de história do Brasil na escola, e só mais tarde entendi que se tratava do artista francês. Debret veio para o Brasil em 1816, junto com a Missão Artística Francesa para a formação de uma Academia de Belas Artes. Permaneceu aqui por 15 anos e fez importantes registros do cotidiano dos moradores do Rio de Janeiro naquela época.

Nesta exposição estão imagens de sua viagem aos sul do país, acompanhando a comitiva do Imperador por SP, PR, SC e RS. São 60 aquarelas e desenhos que pertencem aos Museus Castro Maya.

O colecionador Raymundo Ottoni de Castro Maya adquiriu, dos descendentes de Debret, mais de 500 originais do artista. Como ele disse “...quando em 1939 descobri na França os trabalhos do pintor senti logo o desejo de proporcionar ao público a oportunidade de conhecer esse extraordinário achado”.

Existem algumas dúvida se de fato ele fez esta viagem ao sul ou apenas se baseou em aquarelas de outros colegas para fazer as suas. Isto porque não existem registros da presença dele na comitiva e também porque a maioria dos desenhos mostram as paisagens ao longe, o que não é comum em seus desenhos.

Enfim, foi impressionante conhecer estes desenhos maravilhosos, com traços magníficos, datados de duzentos anos atrás! Uma grande lição de história brasileira!

Até,


2 de ago. de 2011

Mudança - Clarice Lispector

"Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.

Tome outros ônibus.

Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.

Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.

Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.

Corrija a postura.

Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.

Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.

A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.

Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.

Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.

Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.

Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.

Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.

Mude.

Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.

Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.

O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !

Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não

vale a pena!"

***Texto de Clarice Lispector