30 de out. de 2012

Namastê





"O gesto é o reconhecimento da alma de um no outro. "Nama" significa saudação ou reverência, "as" quer dizer eu e "te", você. Logo, Namasté literalmente significa "saudação eu você" ou "Eu saúdo a você" ou seja, O Deus que há em mim saúda o Deus que há em você. Para fazer o gesto Namastê, colocamos as palmas das mãos juntas na frente do chakra do coração, em frente ao terceiro olho, feche os ohos e
 arqueie levemente a cabeça. Também pode ser feito da mesma forma, só que trazendo as mãos abaixo do coração. Essa é uma forma especialmente profunda de respeito. Apesar de a palavra Namastê no Ocidente ser dita em conjunção com o gesto, na Índia, é compreendido que o gesto por si só significa Namasté e então, não há necessidade de dizer a palavra quando saúda ou reverência.

Trazemos as mãos em direção ao chakra do coração para aumentar o fluxo do amor Divino. Arquear a cabeça e fechar os olhos ajuda a mente a render-se ao Divino no coração. Pode-se fazer o Namastê a si próprio como uma técnica de meditação para atingir profundamente o chakra do coração; quando feito a outra pessoa, apesar de rápida, é igualmente uma bonita meditação."

29 de out. de 2012

Matteo Negrin- music painting

Achei lindo demais!
O músico italiano Matteo Negrin encontrou uma maneira brilhante de divulgar seu trabalho.



26 de out. de 2012

Café do Molhe - Manuel Antonio Pina


Café do molhe 








Perguntavas-me
(ou talvez não tenhas sido
tu, mas só a ti
naquele tempo eu ouvia)
porquê a poesia,
e não outra coisa qualquer:
a filosofia, o futebol, alguma mulher?
Eu não sabia

que a resposta estava
numa certa estrofe de
um certo poema de
Frei Luis de Léon que Poe

(acho que era Poe)
conhecia de cor,
em castelhano e tudo.
Porém se o soubesse

de pouco me teria
então servido, ou de nada.
Porque estavas inclinada
de um modo tão perfeito

sobre a mesa
e o meu coração batia
tão infundadamente no teu peito
sob a tua blusa acesa

que tudo o que soubesse não o saberia.
Hoje sei: escrevo
contra aquilo de que me lembro,
essa tarde parada, por exemplo.

Manoel Antonio Pina

24 de out. de 2012

Por que as pessoas GRITAM?



Por que as pessoas GRITAM?

Um dia, um mestre indiano, preocupado com o comportamento dos seus discípulos, que viviam aos berros uns com os outros, fez a seguinte pergunta:
- Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas ou quando não se entendem?

- Gritamos porque perdemos a calma - disse um deles.

- Mas por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado? - questionou novamente o pensador.

- Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça - retrucou outro discípulo.

O mestre volta a perguntar:
- Não é possível falar com a outra pessoa em voz baixa?

Os alunos deram várias respostas, mas nenhuma delas convenceu o velho pensador, que esclareceu:
- O fato é que quando duas pessoas gritam é porque, quando estão aborrecidas, seus corações estão muito afastados. E, para cobrir esta distância, precisam gritar para que possam escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão de gritar, para que possam ouvir umas às outras, por causa da grande distância.

E continuou o sábio:
- Por outro lado, quando duas pessoas estão enamoradas, não gritam; falam suavemente. Por quê? Porque seus corações estão muito perto. A distância entre elas é pequena. As vezes, seus corações estão tão próximos que nem falam, somente sussurram. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, o que basta. Seus corações se entendem. E justamente isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo:
- Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará o dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.

22 de out. de 2012

Canção - Cecília Meireles





Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar


Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.


O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...


Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.


Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.



21 de out. de 2012

Novo livro de Isabel Furini







A escritora e filósofa Isabel Furini lança seu novo livro onde ensina  metáfora, anáfora, catacrese, personificação e muito mais, sem mistério e sem complicação, em poemas divertidos e cheios de sensibilidade.
O livro ensina a fazer poemas, brincando com as palavras, seus sons e significados.
Pela Editora Matrix, www.matrix.com.br.


18 de out. de 2012

Bilhete - Mário Quintana



Se tu me amas,
ama-me baixinho.

Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.

Deixa em paz a mim!

Se me queres,
enfim,

tem de ser bem devagarinho,
amada,

que a vida é breve,
e o amor
mais breve ainda.


Mário Quintana

15 de out. de 2012

Receita de Casa - Lya Luft




Receita de Casa

Uma casa deve ter varandas para sonhar,
cantos confortáveis para chorar,
salas bonitas para os amigos bem receber,
cantos para os segredos desabafar,
para as confidências, e para o bem amar.

Uma casa precisa um ninho ser,
pois o amor precisa de espaço pra crescer,
de alguns empurrões pra saltar e voar,
muita liberdade para querer ficar,
alguns espaços para conceber e procriar,
jardins para a alegria plantar.

Uma casa precisa de muito amor,
cuidados para não ter medo de alguém partir,
um pouco de ciúmes pra proteger,
amizade para o companheirismo perdurar,
o dom de sempre surpreender,
e enfeitiçar sempre para durar.

Uma casa precisa ser um bom e doce lar,
com muita cumplicidade a esbanjar,
união e somatório pra ter sempre o que dar,
família grande pra ter a vida sempre a se doar,
um grande amor - lógico - pra nos realizar."

Intertexto de “Receita de Casa” de Lya Luft

13 de out. de 2012

"Toda pessoa...."





‎"Toda pessoa deveria diariamente escutar um pouco de música delicada, ler um trecho de boa poesia e ver um quadro de bela feitura. Dessa maneira, as preocupações da vida cotidiana não aniquilariam a capacidade que Deus pôs na alma humana de perceber a beleza." - Johann Wolfgang von Goethe

Rapariga com Brinco de Pérola, do holandês Johannes Vermeer,   uma das minhas telas preferidas.

11 de out. de 2012

Verdades de um silêncio - Ricardo Verissimo









Verdades de um silêncio

Quem és? Eu sou o silêncio.

De onde vens?

Venho do interior da tua alma. E hoje ouvi tuas súplicas. Por não suportares tuas angústias, tuas inseguranças e teus medos, me buscaste, para que eu viesse te falar. Então escuta-me. Se me escutares, sentirás uma calmaria e assim poderás arguir contigo mesmo.

Argumentes com teus sentimentos, discuta com eles, critique se for necessário. Fale com a saudade, com o rancor, pois só assim a senhora maldade vai parar de te atormentar e o senhor ódio virar poeira do tempo.

Agora que tudo foi embora poderás me ouvir. E se podes me ouvir, ouvirás e sentirás o som do mestre, que se chama AMOR.

Outrora não precisavas de mim, pois estavas tão absorto na tua verdade que me escondeste. Hoje que buscas a verdade das verdades, me tens vivo em teu ser.

9 de out. de 2012

O amor quando se revela- Fernando Pessoa






"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há-de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar..."





Fernando Pessoa

7 de out. de 2012

Sonhar- Helena Kolody



SONHAR
Sonhar é transportar-se em asas de ouro e aço
Aos páramos azuis da luz e da harmonia;
É ambicionar o céu; é dominar o espaço
Num vôo poderoso e audaz da fantasia.
Fugir ao mundo vil, tão vil que, sem cansaço,
Engana, e menospreza, e zomba, e calunia;
Encastelar-se, enfim, no deslumbrante Paço
De um sonho puro e bom, de paz e de alegria.
É ver no lago um mar, nas nuvens um castelo,
Na luz de um pirilampo um sol pequeno e belo;
É alçar constantemente o olhar ao céu profundo.
Sonhar é ter um grande ideal na inglória lida:
Tão grande que não cabe inteiro nesta vida,
Tão puro que não vive em plagas deste mundo.
Helena Kolody