30 de jul. de 2012

Quem Sabe Um Dia - Mário Quintana




Quem Sabe Um Dia




Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!
Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!
Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!
Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!
Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois
Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois
Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois
Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois
Mário Quintana


25 de jul. de 2012

Bicicloteca


Robson Mendonça, de 60 anos, é um ex-agropecuário da cidade de Alegrete (RS) que há dez anos decidiu deixar o campo para tentar a vida em São Paulo. Logo que chegou, foi assaltado, perdeu tudo e passou a viver na rua. Anos depois, a família também veio para São Paulo, mas Robson tragicamente perdeu mulher e filhos em um acidente de carro. Via-se sem possibilidade de reconstruir sua vida. Foi de uma humilhação sofrida que tirou a ideia que iria mudar sua vida – e a de outros moradores de rua.
Impedido de pegar emprestado um livro numa biblioteca pública porque não tinha comprovante de residência nem outros documentos, Robson teve a centelha de criar uma biblioteca pública e que não exigisse cadastros. Pouco antes, já havia fundado, junto a outros moradores de rua, o Movimento Estadual de População em Situação de Rua. Uma parceria com o Instituto Mobilidade Verde viabilizou o projeto da Bicicloteca (bicicloteca.com.br). Trata-se de um triciclo com um baú na garupa, com capacidade para transportar quase 300 livros, que são distribuídos diariamente, desde junho de 2011, a moradores de rua.
Ao contrário de outras bibliotecas itinerantes, a Bicicloteca não empresta os livros, mas os doa. Cada um recebe um carimbo lembrando ao novo dono que é uma doação, o que estimula a serem doados novamente, criando um ciclo de leitura. A figura de Robson Mendonça guiando sua Bicicloteca pelas ruas do centro de São Paulo virou parte da paisagem urbana da cidade. Em setembro, a Bicicloteca foi furtada. Robson criou uma campanha na imprensa e entre a população e ela foi recuperada duas semanas depois.
Uma parceria com a Eletropaulo permitiu a instalação de uma placa de captação de energia solar na Bicicloteca. Esta energia 100% limpa abastece um computador instalado no baú da Bicicloteca. Através dele, é possível acompanhar ao vivo, via skype, o trabalho de Robson Mendonça. O acesso à internet também é compartilhado com moradores de rua. O vídeo abaixo, do Instituto Mobilidade Verde, Robson agradece após a Bicicloteca ter sido encontrada:
Artigo escrito por Miguel Caballero.

15 de jul. de 2012

",,, E Outros Silêncios" de Isabel Furini




Minha resenha no jornal ICNews, sobre o novo livro da Isabel Furini,



O mais novo livro de Isabel Furini surge após o já encantador Os Corvos de Van Gogh e nos leva a uma incrível jornada de palavras através da obra do pintor holandês. ,,, E OUTROS SILÊNCIOS sai pela Editora Virtual Books, traz a capa do artista plástico Carlos Zemek com sua obra “Formas de Vida”.

Para sobrevivermos ao mundo conturbado em que vivemos, alguns momentos de silêncio são necessários para nos situar na nossa jornada. Ao silenciarmos nossas atividades, nossa mente se desprende em diferentes momentos vividos. Isabel retrata isso perfeitamente em cada página do livro. Seus poemas trazem palavras que pontuam nossos silêncios com reflexões, indagações, conclusões, pausas, e também nos transportam para um mundo de imaginação e sonhos.
Como nas borboletas que descobrem a sinfonia das nuvens, ou no vinho que, ao homenagear Baco, desperta o instinto e os desejos proibidos, no árduo trabalho de duas irmãs que nos restauram as recordações: a imaginação e a memória, seja de uma paixão antiga, de um livro de Kafka ou de uma tela de Van Gogh.
Na convivência de verdades e mentiras no rio da vida. No sentir intenso que a fuga do deserto da solidão nos trás. Sem falar na maneira silenciosa que os relógios de Dalí nos ensinam a medir o tempo subjetivo e a interrogar o destino sobre todas as vírgulas que surgem no caminho.

Vejamos o poema LOUCURA

Enlouquecidos pelas intensas emoções
(ansiedade, amores, ambições)
os escaravelhos velhos (múmias de lápis-lazúli)
renascem,
abrem as asas
e iniciam voos em círculos concêntricos
quebrando os espelhos bipolares.

Os poemas de Isabel nos surpreendem, trazendo novas perspectivas para explorarmos nossos silêncios, ao mesmo tempo que auxilia nossa capacidade de ouvir o que esses mesmos silêncios têm para nos contar.

11 de jul. de 2012

Você ainda não foi ao túmulo do Jim? Então vá!

Texto da querida radialista, atriz e escritora Angela Reale que saiu no jornal Zero Hora:




Você ainda não foi ao túmulo do Jim? Então, vá!
Estive há pouco em Paris, para mais uma visita ao meu filhão.. Quem tem filhos fora do país arruma sempre uma desculpa para viajar. Paris, como a maioria dos mortais sabe, é uma cidade iluminada de dia e de noite, mil recantos que parecem sair de filmes, praças, monumentos, museus para todos os gostos... Não podemos esquecer de comprar uma baguete, botar debaixo do braço e ir embora. Ah! e tem o Rio Sena, claro! Caminhar pelas suas margens, só observando a vida passar, já é um programão. Sim, mas o que tem a ver o túmulo do título com isso? Tudo começou quando meu outro filho que mora em Londres foi passar uns dias comigo em Paris. Quando chegou, depois de me abraçar, ele disse:
– Mãe, Paris eu conheço, mas tem um lugar que eu preciso ir.
– É? Onde?
– Ao cemitério!
Eu olhei pra ele como quem não está entendendo nada. Mas não demorou muito para cair a ficha.
– Mãe, é o seguinte: o cemitério Père-Lachaise é o mais antigo e mais famoso da Europa. E lá está enterrado o Jim Morrison.
– Ah! E quem é esse guri? – perguntei.
– Pô, mãe, não vai me dizer que tu não sabes quem é o Jim? Não conheces as músicas da banda The Doors? Não é do teu tempo?
Putz, agora ele me pegou bonito!
– Sim, acho que me lembro (ai que triste ser ignorante nesses assuntos musicais), mas e aí? Esse negócio de ir até lá é pra valer?
– Claro. Tu vais ver que sempre tem uma galera por lá. Os fãs vão com garrafas de cerveja, bebem e deixam lá para homenageá-lo.
– É mesmo? Mas que maneira interessante de homenageá-lo.
Então meu filho me explicou o porquê de o nome da banda ser “The Doors” (portas). É que o Jim se inspirou numa frase do William Blake – “Se as portas da percepção forem abertas, as coisas irão surgir como realmente são, infinitas”. E foi aí que eu aprendi mais uma coisa.
– Se é assim, vamos em frente!
Entramos no cemitério pela entrada secundária. É um lugar lindo, com gramados onde as pessoas até fazem piquenique e há muitos famosos enterrados. Cruzamos por túmulos estranhos, acompanhamos um féretro, até avistar um grupo tirando fotos.
– Acho que chegamos – disse meu filho.
– Tem certeza? – perguntei, meio desconfiada. Esse túmulo? Assim, sem graça, meio quebrado, pequeno, sem holofotes, sem música, sem violão? Ah! Sinceramente, eu esperava mais.
Mas daí um guarda apareceu e me pediu pra tirar a garrafa de água, que eu havia colocado sobre outro túmulo. Era o respeito pelos vizinhos do Jim. Tempos atrás, disse-nos o guarda, os fãs apareciam tocando violão, bebendo, fumando e deixando as garrafas vazias em homenagem ao vocalista. Agora é proibido e ele fica lá para impedir alguma manifestação mais emocionada. Então, as long neck que levávamos na mochila ficaram escondidas. Mas o interessante é que os fãs criaram outro método para deixar sua marca – mascar chiclete e colar numa árvore. Não sei se o Jim Morrison gostava de chiclete, mas, por via das dúvidas, também fiz o ritual.
Antes de dar adeus ao nosso amigo ilustre, fizemos uma oração pela alma dele. Que, onde estiver, continue cantando para multidões.

angelareale17@yahoo.com.brANGELA REALE* | *Radialista, de Encantado
Angela Reale 

7 de jul. de 2012

Coca-Cola Light


A Coca-Cola é famosa por seus comerciais que ficam gravados na nossa memória.
Sempre tentando inovar, contratou alguns estilistas italianos como Angela Missoni, Alberta Ferreti, Consuelo Castiglioni e Donatella Versace para cuidar da linha Light.
Adorei o resultado, pena que aqui no Brasil elas não estão disponíveis.